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Dicas Para o Seu Projeto de Linha de Vida Horizontal

Há muitos anos que os alpinistas industriais utilizam o conceito de linha de vida para desenvolver a segurança durante um trabalho em altura. Com o amadurecimento da segurança do trabalho, a definição e seleção de um sistema de ancoragem para um telhado, ficou sobe responsabilidade de um engenheiro, ao qual deve estabelecer e desenvolver um projeto de linha de vida horizontal flexível, estabelecendo os critérios quanto a resistência mecânica e a compatibilidade dos equipamentos e da atividade a ser desenvolvida.

Porém, este conhecimento ainda não está bem difundido entre os engenheiros e gestores de segurança do trabalho. O anexo II da NR 35 no item 4.1.1 determina que os projetos e as especificações técnicas devem conter dimensionamentos que determinem:

  • A força de impacto de retenção da queda do trabalhador, levando em conta o efeito de impactos simultâneos ou sequenciais;
  • Os esforços em cada parte do sistema de ancoragem decorrentes da força de impacto;
  • A zona livre de queda necessária.

Saiba como o Deptº de Engenharia da Ranger SMS pode te ajudar.

Então como podemos desenvolver um projeto de linha de vida horizontal adequado?

Segue abaixo algumas informações que não podem faltar em um projeto de linha de vida horizontal:

  1. Definição do esforço gerado em uma queda.

A própria NR 35, define no item 35.5.11 a obrigatoriedade de utilização de um elemento de ligação (ex. Absorvedor de Energia) que garanta um impacto de no máximo 6 kN quanto à retenção de uma queda e transferência de impacto para o trabalhador.

A NBR 16325 da ABNT define métodos para utilização de trabalhadores múltiplos em uma linha de vida.

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  1. Definição do ZLQ – Zona Livre de QuedaZLQ - Zona de Queda Livre

De acordo com o cabo de aço especificado, como diâmetro e características construtivas, teremos uma deflexão máxima do cabo de aço no momento da queda. Esta deflexão deverá ser considerada junto com: o comprimento do talabarte; comprimento do ABS; distância do pé do trabalhador até o ponto de ancoragem do cinto (1,5m), e; a altura de segurança (1,0m). Totalizando assim o cálculo da zona de queda livre.

Saiba o que é ZLQ e como calcular!

  1. Decomposição dos esforços

Considerando a pior situação, o esforço gerado em uma queda será perpendicular a direção do cabo de aço. Assim, precisaremos decompor os esforços da queda nas direções conforme o ângulo determinado pela deflexão do cabo de aço.

Nesta fase, veremos que a carga de uma queda de um trabalhador de 100 Kgf, pode resultar em um esforço superior a 1200 kgf. Nesses casos é obrigatório a utilização de absorvedores de energia no talabarte para reduzir o impacto para 6KN, conforme a NR 35. E na continuidade da decomposição dos esforços, veremos um esforço que facilmente pode superar 2000 ou até 3000 kgf nas ancoragens de extremidade.

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  1. Dimensionamento do cabo de aço

Esta fase deve andar em paralelo com o estudo do ZLQ (Zona Livre de Queda), pois a deflexão do cabo de aço vai interferir diretamente no resultado. E a deflexão do cabo vai depender: do diâmetro do cabo;tipo de arranjo dos fios; comprimento do vão; número de trabalhadores; etc.

Deflexão do Cabo de Aço - Projeto de Linha de Vida Horizontal

No dimensionamentos do cabo de aço, devemos sempre finalizar apresentando a coerência geométrica do equilíbrio das forças, levando em consideração a rigidez do cabo. Dessa forma responderemos o valor da flecha inicialmente adotado que  satisfaz as condições de equilíbrio de forças.

 

  1. Dimensionamento dos pontaletes e demais elementos de fixação

Os cabos de aço estão ancorados em postes, pontaletes e/ou olhais fixados, em concretos ou vigas metálicas, através de solda, chumbamento químico ou transfixação. Todos os elementos devem ser dimensionados e concluídos com cálculos, considerando: o momento gerado; a tração; o cisalhamento de cada elemento estrutural, e; dispositivo de ancoragem.

  1. Teste da fixação química no concreto

Dinamometro AncoragemNos casos de fixação em concreto, devemos realizar sempre o teste de arranque para garantir a confiabilidade da ancoragem, utilizando um macaco hidráulico ou  dinamômetro. Para garantir um chumbamento químico satisfatório, precisamos garantir: a compatibilidade do substrato/adesivo químico com o concreto e os respectivos dimensionamentos, como profundidade do furo, e.; a haste metálica utilizada.

Na foto, podemos ver um Dinamômetro, equipamento utilizado para teste de arranque em ponto de ancoragem.

Assista o vídeo do Projeto de Linha de Vida Horizontal, com instalação em telhado, realizado pela Ranger SMS.

Felipe Duarte

Engenheiro Mecânico e de Segurança do Trabalho, especializado em projetos de Linha de Vida e Ponto de Ancoragem. Diretor Financeiro e Administrativo da Ranger SMS.

Este post tem 2 comentários

  1. Fred Borges

    Não temos.uma distância real de um ponte de ancoragem para o outro ponto. Precisamos estabelecer um parâmetro para esse tipo de serviço. Eu tenho.uma ideia de 2 metros lineares de um ponto, para o.outro ponto.

    1. Felipe Duarte

      Fred, a norma precisa ser flexível para atender as mais diversas situações. Esse critério tem que ser definido pelo engenheiro responsável pelo desenvolvimento do projeto.

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