A Queda: uma tentativa de superar seus limites
O longa conta a história de duas amigas, Becky (Grace Caroline Currey) e Hunter (Virginia Gardner), que amam encarar aventuras perigosas! No entanto, após a morte de Dan (Mason Gooding), marido de Becky, durante uma escalada, ambas ficaram traumatizadas. A Hunter então após superar o luto da perda do amigo de aventura, consegue convencer a sua melhor amiga a encarar o desafio mais perigoso de suas vidas: escalar uma torre de rádio em um local remoto e que mede mais de 600 metros de altura!
O filme A Queda é um suspense que apresenta ao público os riscos relacionados às atividades em altura. Só pra você ter uma ideia, a queda de altura representa cerca de 40% do total de acidentes de trabalho por ano no Brasil.
Embora o filme seja uma ficção, é possível mesmo assim extrair algumas lições que podem ser aplicadas no dia a dia das empresas que expõem os trabalhadores a riscos de queda.
Riscos da NR35: uma análise sobre Trabalho em Altura
Planejamento, Organização e Execução
Mesmo com uma bagagem grande experiências em aventuras radicais, tanto a Becky quanto a Hunter agiram de forma imprudente ao subir numa torre abandonada no deserto, mesmo sabendo que a antena de mais de 600 metros não possuía estabilidade garantida. Sendo assim, vamos entender alguns dos riscos da NR35 que eles incorreram.
A NR 35 no seu item 35.4.1 informa que:
todo trabalho em altura deve ser planejado, organizado e executado por trabalhador capacitado e autorizado.
Um outro fator é que a Becky ainda estava emergida no luto profundo pela morte do seu marido, e buscava nas bebidas alcoólicas um alívio para a sua dor. Ela não estava bem emocionalmente, sendo assim não estava preparada para realizar uma atividade tão perigosa. Além disso, como repetir as ações que levaram à morte de um ente querido pode fazer alguém superar a perda?
Equipamentos de proteção contra quedas
Toda a atividade em altura somente deve ser realizada com um sistema de proteção contra quedas. Eles também devem ser adequados à tarefa a ser executada, e ter resistência para suportar a força máxima aplicável prevista quando de uma queda.
No filme, as duas amigas aventureiras usavam um cinto de segurança para rapel, cordas e mosquetões, mas negligenciaram a importância da utilização dos Equipamentos de Proteção Individual (EPI), como por exemplo luvas e capacete de proteção.
- Sistema de ancoragem (linha de vida);
- Elemento de ligação (Talabarte Y);
- Equipamento de proteção individual (Cinto de Segurança Tipo Paraquedista, EPI ‘s).Emergência e Salvamento
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Emergência e Salvamento
A Becky e a Hunter acabam presas lá em cima e não conseguem mais descer pois não possuíam um Plano de Emergência. Agora precisam usar suas habilidades de escalada enquanto lutam desesperadamente para sobreviver contra os elementos da natureza, as aves famintos sobrevoando sobre suas cabeças, e a falta de suprimentos, sem falar da altura vertiginosa de 600 metros ao nível do chão!
Elas estão completamente sozinhas, e sem sinal de celular. Também não conseguem descer pois as escadas de acesso, já deterioradas, foram completamente destruídas enquanto subiam a torre. Ao chegar lá, as meninas se veem sem saída, e se agarram à esperança de que alguém sinta falta delas e chame por ajuda.
A NR 35 estabelece que o empregador deve disponibilizar equipe para respostas em caso de emergências para trabalho em altura. As meninas presas na torre não se prepararam para uma emergência, e no fim se viram numa situação de desespero. Por isso, nenhuma atividade em altura deve ser realizada sem uma equipe de emergência para atuar no resgate das vítimas.
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Conclusão
Assistir ao filme A Queda é uma boa experiência de adrenalina e emoção, e traz diversas lições valiosas sobre segurança no trabalho em altura, e os riscos da NR35. Mas também sobre vencer os obstáculos da vida. E é isso que Becky prova para si a cada degrau que sobe rumo ao topo — topo esse representado não só no alto da torre, mas o topo que leva à superação e à coragem.
Portanto, assista a esse filme e lembre-se de aproveitar cada momento da sua vida, pois a vida é curta e deve ser vivida. Ter medo da morte é normal, mas não tenha medo de viver.
Jackson Silva
Técnico de Segurança do Trabalho
